Obra escrita pelos “divineiros” Josemir e Amair de Campos resgata ditados, expressões e provérbios, que foram incorporados à linguagem coloquial do povo brasileiro
OS AUTORES DO LIVRO Josemir Ferraz de Campos, 81 anos, nascido em Caçapava, no Vale do Paraíba, é biólogo e consultor cultural da Festa do Divino de Mogi, Já sua irmã, Amair de Campos Padgurschi, 79, é pós-graduada em Língua Portuguesa e Literatura Brasileira e autora de três livros, entre eles, o que conta a história do expedicionário Paulo Pereira de Carvalho, recentemente falecido (Ilustração de Fernando Carvalho Machado, no livro "Bem Ditos Populares")
E ainda ter acesso ao jornal digital flip e contar com outros benefícios, como o Clube Diário?
Obra escrita pelos “divineiros” Josemir e Amair de Campos resgata ditados, expressões e provérbios, que foram incorporados à linguagem coloquial do povo brasileiro
OS AUTORES DO LIVRO Josemir Ferraz de Campos, 81 anos, nascido em Caçapava, no Vale do Paraíba, é biólogo e consultor cultural da Festa do Divino de Mogi, Já sua irmã, Amair de Campos Padgurschi, 79, é pós-graduada em Língua Portuguesa e Literatura Brasileira e autora de três livros, entre eles, o que conta a história do expedicionário Paulo Pereira de Carvalho, recentemente falecido (Ilustração de Fernando Carvalho Machado, no livro "Bem Ditos Populares")
OS AUTORES DO LIVRO Josemir Ferraz de Campos, 81 anos, nascido em Caçapava, no Vale do Paraíba, é biólogo e consultor cultural da Festa do Divino de Mogi, Já sua irmã, Amair de Campos Padgurschi, 79, é pós-graduada em Língua Portuguesa e Literatura Brasileira e autora de três livros, entre eles, o que conta a história do expedicionário Paulo Pereira de Carvalho, recentemente falecido (Ilustração de Fernando Carvalho Machado, no livro "Bem Ditos Populares")
No momento em que mais uma edição da Festa do Divino desperta as atenções dos mogianos para o folclore que envolve parte do evento, dois irmãos “divineiros”, Josemir Ferraz de Campos e Amair de Campos Padgurschi, nos presenteiam com um livro que certamente irá remeter os leitores mais antigos a inevitáveis lembranças de expressões familiares, e os mais novos a conhecer provérbios, ditados populares e expressões que se incorporaram à nossa língua portuguesa.
“Bem Ditos Populares - ditados, provérbios e expressões” reúne, em suas quase 140 páginas, “gêneros textuais que instigam a compreensão de preceitos morais básicos e importantes para a vida”, resultado de uma longa pesquisa realizada pelos autores nas mais diferentes fontes.
Como diz Leila Daibs, no prefácio da obra, “são expressões oriundas de várias nacionalidades, que enfatizam algum contexto da cultura escrita e oral dos povos. É a sabedoria popular a refletir inúmeras possibilidades de utilização - sua origem, transmissão e importância dentro da cultura em geral”.
Instigados, dentro de casa, a não deixarem cair no esquecimento certas expressões usadas por familiares e amigos, Josemir e Amair foram a campo e, com a ajuda de muita gente, conseguiram catalogar, por ordem alfabética, um delicioso palavreado que remete à vida no interior e que chegou às grandes cidades na memória e costumes de muitos, como eles.
A política incorporou muitas dessas expressões no seu dia a dia, como “abraçar o mundo com as pernas”( querer tudo de uma vez); “amigo da onça” (amigo falso); babar ovo” (bajular alguém); “beber do próprio veneno” (ser vítima da próxima maldade); bode expiatório” (pagar pelo erro de alguém); “chutar cachorro morto”(maltratar alguém já espezinhado); “colocar panos quentes” (tentar amenizar uma situação); “dar nó em pingo d’água” (contornar situação delicada); “época das vacas magras/gordas”(tempos difíceis ou abastados), entre outros
Quem nunca ouviu um político falar em “juntar a fome com a vontade de comer”, ou em “perder as estribeiras”?
Mas há outras expressões como “sair cuspindo marimbondo” (muito nervoso); “salvo pelo gongo” (interrompido no último instante), ou que “tudo está pela hora da morte” (muito caro).
“Veio buscar fogo?”- costumavam dizer os antigos para a visita que mal chegava e já ia embora.
E há os provérbios que dizem que “a corda sempre arrebenta do lado mais fraco”, ou que “a palavra é como água: uma vez derramada na terra é impossível recolhê-la”, ou ainda “chega-te aos bons e serás um deles”.
E há até as mais abusadas, como “água de morro abaixo, fogo de morro acima e mulher quando quer dar ninguém segura”, ou então que “passarinho que come pedra sabe o fiofó que tem”.
Mas há também as expressões que denotam verdades, como “a velhice é o armazenamento da juventude”, ou ainda a que diz: “os homens só envelhecem quando os lamentos substituem seus sonhos”.
O aperitivo aí está. Mas há muito, muito mais no livro...
O desenhista mogiano Fernando Carvalho Machado foi o autor da capa do livro "Bem Ditos Populares" e também das ilustrações que retratam com bom humor alguns ditados ou provérbios contidos na obra (Ilustração de Fernando Carvalho Machado, no livro "Bem Ditos Populares")
Um candidato "estereofônico"
Mário Paulino era candidato a prefeito de Pendências, cidade de 15 mil habitantes, no Rio Grande do Norte e para chegar lá exercia de corpo e alma os ofícios políticos.
Participava de todos os eventos festivos, fúnebres, com tanta dedicação que pegou uma estafa.
E daí surgiu uma briga feia com a mulher.
Padre Zé Luiz, pároco local e amigo da família, procurou Mário para um papo altamente conciliatório.
“O que está havendo entre vocês, Mário?”, quis saber o religioso.
“Padre, o problema é que estou um pouco estereofônico”.
Espantado com a resposta, o padre retruca:
“Que diabo é isso, Mário”?
E ele, pesaroso, responde: “
O meu problema, padre, é que tenho alta fidelidade e pouca frequência”.
(História contada pelo escritor Valério Mesquita, no jornal “Tribuna do Norte”).
Uma figura "indefecável"
Do mesmo autor, vem a história de Alexandre Serra, verboso discursador, que foi escalado para apresentar, num comício de Bom Jesus (RN), município de pouco mais de 10 mil moradores, o candidato a vereador apelidado de “Cumaru”, semianalfabeto e morador da zona rural da cidade.
Após gastar todos os adjetivos disponíveis e indisponíveis, ele taxou o candidato de “figura indefecável”.
Naquele momento, “Camuru”, comovido, bateu no ombro de Alexandre:
“Muito obrigado amigo”.
Mas um intrigante “espírito de porco, quando o candidato desceu do palanque, esclareceu-o sobre o significado da palavra “indefecável”.
Reação de “Camuru”, dedo em riste, na cara de Alexandre:
“Olha aqui, seu f. da p., cagado vai ficar é você, se eu perder a eleição...”
Mandamentos dos políticos mineiros
E já que é dia de ditados e expressões, aqui vão os dez mandamentos do político mineiro:
1- Mineiro só é solidário no câncer;
2 - O importante não é o fato, é a versão;
3 - Aos inimigos, quando estão no poder, não se pede nada. Nem demissão;
4 - Para os amigos tudo. Para os inimigos, a lei;
5 - Respeitar, sobretudo, o padre que consegue votos, o juiz que proclama o eleito, e o soldado, que garante a posse;
6 - Nas horas difíceis, cabe ao líder comandar: “Preparemo-nos e vão”;
7 - Voto comprado não é atraso, é progresso. Se o voto é comprado é porque tem valor;
8- Em briga de político, geralmente perdem os dois;
9 - Mais vale um governo que ajuda do que quem cedo madruga; e, por fim, o...
10 - É conversando que a gente se entende.
Nós usamos cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar a sua experiência em nossos serviços, personalizar publicidade e recomendar conteúdo de seu interesse. Ao utilizar nossos serviços, você concorda com isso. Para mais informações leia a nossa termos de uso e política de privacidade .